Despedida de londrinenses pelas redes sociais
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quinta-feira, 14 de maio de 2020
Micaela Orikasa - Grupo Folha
São muitas as histórias que chegam diariamente para o memorial “Inumeráveis”. Um dos idealizadores, Edson Pavoni, comenta que o tamanho da resposta da sociedade ao projeto tem mostrado o quanto esse espaço era necessário. “Nessa pandemia, todo dia se acorda com um número diferente e esse número vai se desconectando do significado por trás dele. Na primeira entrevista que fizemos, sentimos que tanto nós quanto a pessoa que nos contou sua história estavam se sentindo melhor. A partir daí, pensamos em quanto era importante multiplicar isso, pois também estamos falando de um lugar de celebrar a vida, as coisas mais incríveis, o que tornava aquela pessoa, única”, diz.
SADI SILVA
Os registros de alguns londrinenses podem ser lidos no memorial, como o de Sadi Rodrigues da Silva, 70. A filha Vanessa Rodrigues o descreveu como “o irmão da sanfona” e aquele que “combateu o bom combate, concluiu a carreira, guardou a fé”.
MARILDA GASPARINO
E de Marilda Teixeira Lopes Gasparino, 50. O relato da sobrinha Mayara Lopes ao Inumeráveis traz lembranças da “mulher de sorriso fácil”, que “trazia amor em todos os belos e deliciosos pratos que cozinhava” e que “sem dúvida era boa demais para esse mundo”.
PROFESSORA ZENAIDE
A ausência de Zenaide de Oliveira Garcia, 75, conhecida como “Tia Zenaide” também rendeu homenagens, o que de certa forma, confortou um pouco o coração de toda a família que mora em Londrina. O relato de sua neta Arina Caroline da Silva, 30, não está no memorial, mas ela conta que muitos ex-alunos compartilharam lembranças e se despediram da querida professora nas redes sociais.
Garcia nasceu em Sertãozinho, no interior de São Paulo, e veio para Londrina ainda jovem. Atuou em sala de aula durante quatro décadas e durante muitos anos foi diretora na Escola Municipal Jadir Dutra de Souza, no Patrimônio Selva, na zona sul.
“Ela faleceu na terça, dia 5 de maio, no período da tarde e a gente não chegou a se despedir. Minha avó foi mãe, avó, amiga, companheira e professora. Como ela veio de um lugar pequeno e trabalhou muito tempo em um distrito, sempre nos ensinava coisas simples da vida. Tanto é que seu último desejo era morar na chácara, na casa da minha mãe. Ela era uma pessoa que, por onde passava, deixava um pouco de carinho, de meiguice”, conta a neta, que tem encontrado nessas boas lembranças um conforto para tamanha saudade.