Imagem ilustrativa da imagem Distritos rurais de Londrina sem casos de coronavírus
| Foto: Foto: Arquivo Folha

Nos mais de 1.600 quilômetros quadrados de território que formam Londrina, é difícil achar uma localidade em que ainda não tenha, pelo menos, um caso confirmado de coronavírus. Numa pandemia que não escolhe classe, sexo ou idade, o mapa divulgado diariamente pela prefeitura mostra que a doença se espalhou por toda o município ao longo dos últimos quatro meses. Na segunda-feira (13), a prefeitura começou a divulgar também a situação da zona rural. Nesse dia, três localidades rurais apareciam como áreas livres da Covid-19: Warta, Maravilha e Guairacá.

No total, são 13 comunidades classificadas como distritos e patrimônios. O cenário é diferente nas demais. Até o informe de segunda-feira (13), Espírito Santo, Regina, São Luiz, Guaravera, Lerroville, Paiquerê, Irerê, Selva e Três Bocas tinham, somados, 19 positivações do Sars-CoV-2. A quantidade subiu para 20 no boletim desta terça-feira (14) à noite, justamente um caso em Maravilha.

Para quem vê o vírus perto e, ao mesmo tempo longe, a aposta é no respeito às medidas profiláticas para não virar estatística. “Não ficamos em aglomeração, se sai na rua usa máscara, sempre passando álcool em gel. O comércio é bem correto e assim vamos levando. Tudo isso faz diferença”, elencou a comerciante Andreia Aparecida Belarmino Almeida, que mora no distrito de Warta, zona norte, há seis anos. O distrito fica a 18 quilômetros do centro.

Trabalhando com o marido num restaurante, Almeida acabou vendo outro efeito da pandemia, o que atinge a economia. “O movimento caiu bastante. Temos muitas empresas grandes na região e os funcionários estão trabalhando de casa ou com medo de sair”, relatou. Integrante do grupo de risco por ter bronquite asmática e com uma filha grávida e outro pequeno em casa, afirmou que sempre teve hábitos afetivos mais restritivos. “Nunca fui de ficar abraçando, beijando. Agora então, nem pensar”, sentenciou.

Com quase mil moradores, o distrito de Maravilha, na região sul, tem muitas pessoas que vivem em chácaras, sítios e fazendas. Um distanciamento que faz parte da rotina bem antes de se falar em coronavírus. “Temos três loteamentos enormes de chácaras. O pessoal da cidade compra muito terreno e quando vem para cá passa direto. No começo da pandemia, muitos saíram da cidade e vieram para o distrito se isolar”, contou José Roberto Pereira, administrador distrital da localidade, em entrevista nesta terça pela manhã, antes de saber do caso positivo na localidade.

O distrito precisou adaptar o pacato dia a dia, com alteração no funcionamento do comércio e interdição de academia ao ar livre, parquinho e quadra de esporte. Os horários dos ônibus também acabaram reduzidos. “Um pouco de preocupação sempre tem (por conta da Covid-19)."

REDES SOCIAIS

No patrimônio de Guairacá, na zona sul, aproximadamente 70% da população trabalham na cidade, principalmente em indústrias e no emprego doméstico. Com essa grande circulação diária, as redes sociais têm sido uma aliada na prevenção à doença. “Estamos com grupo no WhatsApp em que estão moradores, associação, pessoal do posto de saúde. Vamos colocando informações, pedindo para usarem máscaras. Buscamos deixar todos bem esclarecidos”, ressaltou o administrador distrital do patrimônio, Milton César Reis.

Na base do esclarecimento também tem sido a atuação junto aos estabelecimentos comerciais, para que respeitem as restrições determinadas pelos poderes público municipal e estadual. “O trabalho é um conjunto com a GM (Guarda Municipal). Na sexta-feira costumamos lembrar que comércio não pode funcionar fim de semana. Fora isso falamos bastante do distanciamento. É um trabalho constante”, reconheceu Reis, que responde pela administração do distrito de Paiquerê.

Em Paiquerê, três casos foram confirmados. “A escola e igrejas têm auxiliado para todos fiquem bem conscientes. Na praça, por exemplo, os idosos, que são grupo de risco, pararam com o jogo de baralho”, exemplificou.

(Atualizada às 19h)