Enfermeiro do Samu de Rolândia é convocado para ajudar yanomamis
Adriano Piza faz parte da Força Nacional do SUS e estará pela segunda vez em Roraima; profissional comenta situação dos indígenas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 07 de março de 2023
Adriano Piza faz parte da Força Nacional do SUS e estará pela segunda vez em Roraima; profissional comenta situação dos indígenas
Pedro Marconi
O enfermeiro do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), Adriano Piza, embarcou nesta terça-feira (7) para o Norte do País, onde vai ajudar na proteção e atendimento do povo yanomami. O profissional foi convocado pela Força Nacional do SUS (Sistema Único de Saúde), programa de cooperação que existe desde 2011, época que Piza fez a inscrição, se recadastrando neste ano.
Esta é a terceira missão do enfermeiro longe do Paraná. A primeira foi em 2019, em Brumadinho (MG), após o rompimento da barragem da Vale. A segunda, desta vez pela Força Nacional do SUS, foi no início de fevereiro, em Boa Vista, Roraima, dentro do polo Surucucu e de outros três sub polos.
“As equipes eram compostas por três profissionais da Força Nacional do SUS: um médico e dois enfermeiros, que atendiam todo tipo de demanda, espontânea ou as de emergência por busca ativa, prestando atendimentos a casos de desnutrição grave, moderada, problemas respiratórios, síndrome respiratória grave, malária, traumas e até mesmo ferimentos de arma branca e de fogo”, relatou.
De acordo com o enfermeiro, no tempo que passou junto ao povo yanomami se deparou com situações de fome e desnutrição gravíssimas. “Nos meus quase 22 anos de enfermagem nunca imaginaria de veria algo desta forma”, afirmou. “Vi as condições precárias com água contaminada pelos garimpos e sem condições de uso dos igarapés, os indígenas sem condições de trabalho pela doença e a maioria com malária e febre”, contou.
Piza ficará até o final do mês em Roraima. “A expectativa é de poder continuar com o trabalho e os esforços, que é o que vai amenizar o caos instalado, principalmente do número de casos graves e óbitos”, projetou. “É muito gratificante visualizar como estavam antes dos atendimentos e como ficaram depois das dietas assistidas. Observamos a evolução de peso e das condições melhores de saúde.”
MEDO
Ao mesmo tempo que ajuda a mudar o cenário de vida dos yanomamis, o enfermeiro comentou que também precisa enfrentar o receio quanto à segurança. “Apesar de ter sido amenizado, o movimento dos garimpos ainda tem ramificações instaladas”, informou.
Em janeiro, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no território yanomami - que tem cerca de 30 mil habitantes - diante da necessidade de combate à desassistência sanitária.
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