O inquérito conduzido pela PM (Polícia Militar) sobre o policial que teria agredido uma mulher de 28 anos durante uma abordagem em Itambaracá, no Norte Pioneiro do Estado, no mês passado, apontou que “há indícios da prática de crime militar” equiparado ao crime de lesão corporal no Código Penal Militar.

A conclusão da apuração foi acatada pelo comando do 2º Batalhão da Polícia Militar, que pertence ao 2º Comandado Regional, com sede em Londrina. O relatório destaca que é “latente que o resultado das lesões resultantes da ação policial foi de sua responsabilidade (ou seja, do policial)” e que “há provas robustas de crime militar e de transgressão disciplinar”.

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A Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná) informou que o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público vinculado à Justiça Militar Estadual para análise no âmbito criminal. “O policial será submetido ao processo administrativo disciplinar da Polícia Militar do Paraná”, frisou.

O Ministério Público pontuou que acompanhou as investigações por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Andirá, que é a sede da comarca. “O MP entendeu que não houve a prática de crime de competência da justiça comum. Os autos foram remetidos para a justiça especializada da VAM (Vara da Auditoria Militar), onde será analisado o oferecimento de denúncia pela Promotoria de Justiça que tem atribuições na VAM”, reforçou a instituição, em nota.

A defesa do policial disse que ainda não foi intimada e que aguarda a manifestação da promotoria pela Vara da Auditoria Militar. O agente, que ficou em silêncio durante a investigação do inquérito militar, continua afastado do patrulhamento diário.

TAPAS E CHUTES

No dia da confusão, o PM foi até um bar atender uma ocorrência de suposta perturbação de sossego. Chegando no local, teria discutido com algumas pessoas e depois dado tapas, chutes e puxado o cabelo de uma mulher, além de arrastá-la pela calçada e asfalto.

Um vídeo gravado por testemunhas flagrou toda a situação e viralizou nas redes sociais. No entanto, o inquérito militar detalhou que as imagens não podem ser consideradas "prova confiável e isenta de falhas", já que o celular usado na filmagem não foi submetido à perícia pelo Instituto de Criminalística.

OUTRO PROCESSO

O policial, que está na corporação desde 2007, responde a outro processo militar por uma suposta violência cometida por ele em 2022 dentro de uma unidade da PM, quando teria erguido uma mulher – que foi pedir ajuda - pelos braços e segurado pelo pescoço.