O Instituto Não Me Esqueças, de Londrina, lançou um serviço gratuito de Terapia Comunitária Integrativa (TCI), voltado para cuidadores familiares e amigos de pessoas que vivem com Alzheimer e outras demências. A presidente do Instituto, Mara Delarozza, afirmou que a iniciativa surgiu devido à crescente demanda de familiares em busca de apoio emocional e orientação.

“Muitas pessoas nos procuraram para compartilhar suas experiências, e percebemos uma lacuna no suporte oferecido a esses cuidadores informais. A Terapia Comunitária Integrativa será aberta tanto para quem já participa de nossos projetos quanto para novos interessados. Nosso objetivo é fortalecer quem exerce o papel do cuidado”, explica Delarozza.

A TCI oferece um espaço de acolhimento e diálogo para a troca de experiências. As vagas para o encontro inicial, na sexta-feira, 27 de setembro, estão esgotadas, mas novas sessões estão previstas para outubro (dias 4, 9 e 18), novembro (dias 8, 13 e 22) e dezembro (dia 6). As inscrições para o próximo grupo abrem no dia 30 de setembro, por meio de um formulário online. A terapeuta integrativa Rozane Alves, que vai conduzir os encontros, resume: “o grupo é um lugar de partilhar o que dói e também as superações.”

O Instituto Não Me Esqueças fica na rua Paes Leme, 569. Mais informações: https://naomeesquecas.org.br/

'CUIDADORES INFORMAIS'

A saúde dos familiares que acompanham as pessoas com demência, muitas vezes chamados também de cuidadores informais, foi abordada no segundo episódio da série "Além do Esquecimento", exibida no Fantástico no último domingo (22). A série, conduzida pelo médico Drauzio Varella, contou com a participação da presidente da Federação Brasileira de Associações de Alzheimer (Febraz) e fundadora do Instituto, Elaine Mateus.

“90% dos cuidados são realizados por mulheres, que muitas vezes abandonam suas carreiras para se dedicar ao cuidado familiar. Essas pessoas não apenas perdem seu papel profissional, mas também passam por uma transformação em sua identidade, tornando-se conhecidas como ‘aquela que cuida’”, afirmou.

Mateus também comentou a importância das instituições de longa permanência como alternativa para famílias, desconstruindo o estigma de abandono associado a essas instituições. “Quando você convive com seu familiar de maneira mais leve, sem a sobrecarga do cuidado integral, o tempo juntos se torna de qualidade.”

A pesquisadora alertou ainda para a urgência da implementação de políticas públicas que apoiem os cuidadores. “O Brasil, signatário de um documento da Organização Mundial da Saúde desde 2017, comprometeu-se a criar um plano nacional de demências, mas ainda não atingiu essa meta. Precisamos de estratégias que atendam às necessidades dessas famílias”, concluiu. O Instituto Não Me Esqueças esteve presente no primeiro episódio da série, que abordou o diagnóstico e os desafios iniciais vivenciados pelas famílias. A instituição estará novamente no terceiro episódio, que será exibido no próximo domingo, 29 de setembro, sobre os tratamentos disponíveis e das perspectivas futuras para pessoas que vivem com demência.

(Com informações do INME)