Mineira que foi mãe aos 64 anos diz não se arrepender: 'acontecimento maravilhoso'
Procuradora jurídica conseguiu realizar sonho em 2018 já na primeira tentativa de fertilização in vitro
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Procuradora jurídica conseguiu realizar sonho em 2018 já na primeira tentativa de fertilização in vitro
Pedro Marconi - Grupo Folha
Há mais de um ano, a procuradora jurídica concursada da Prefeitura de Itabira (MG), Norma Maria de Oliveira, viu sua vida ser transformada e, segundo ela, para melhor. Aos 64 anos, deu à luz Ana Letícia, mostrando que sonhos não envelhecem. A gravidez ocorreu por meio de fertilização in vitro, em 2017, com o óvulo de uma doadora anônima e o material genético do companheiro, na época com 45 anos.
Poucas semanas depois da primeira tentativa veio a notícia: o procedimento havia dado certo. Oliveira contou que a gestação evoluiu sem maiores complicações, com a filha vindo ao mundo em abril de 2018. A bolsa rompeu aos oito meses de gestação. A bebê precisou ficar 15 dias no hospital para ganhar peso, recebendo alta com muita saúde, que continua até hoje, para alegria da mãe.
LEIA MAIS: Mulher de 61 anos dá à luz em Londrina
Moradora do município de João Monlevade, a quase 36 quilômetros de Itabira, ela orgulha-se de conseguir conciliar todos os afazeres e vivenciar a fase mãe. “Todos os dias vou para outra cidade trabalhar, porém, estou conseguindo dar conta de tudo: serviço, casa, criança. Não tenho empregada. A Ana fica uma parte do dia na escola e a outra com a babá. Estou com 65 anos e minha filha não atrapalhou em nada minha vida pessoal ou profissional”, destacou.
Desde os 34 anos a procuradora alimentava o desejo de ser mãe. Chegou a ir para Índia, em 2015, tentar fertilização, porém, não havia voo para a cidade onde deveria fazer o tratamento, que acabou sendo realizado no Brasil anos depois. “A médica falou que meu útero era de uma mulher de 30 anos e que fui a melhor paciente”, brinca. O companheiro trabalha em outra localidade, no entanto, a distância não tem sido empecilho para participar do dia a dia da criança. “Ele registrou e está presente como pode, já que trabalha em outra cidade.”
“O maior preconceito que senti foi das mulheres, achando que uma mulher mais velha não tem direito de ser mãe"
Norma Oliveira -
Para evitar a preocupação de familiares, optou por só relevar sobre a gravidez no fim. “A barriga não apareceu muito, sempre usei roupa mais larga”, citou. Mesmo com toda a relevância e beleza que este momento envolve, Oliveira contou que sofreu preconceito por ser mãe em idade incomum antes e depois do parto. “O maior preconceito que senti foi das mulheres, achando que uma mulher mais velha não tem direito de ser mãe, que engravidei por interesse, porque meu companheiro é engenheiro. Superei tudo”, disse.
Sem se preocupar com o fato de ter uma expectativa de convivência com a filha menor do que a maioria das mães, a procuradora quer continuar se dedicando a Ana Letícia com muito amor. “Espero viver bastante e com saúde, estou me cuidando para isso, para conseguir educá-la”, projeta.