Prefeitura vai comprar 50 mil cápsulas de dexametasona
Pesquisa de Universidade de Oxford apontou que remédio reduziu índices de morte em casos graves da Covid-19
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Pesquisa de Universidade de Oxford apontou que remédio reduziu índices de morte em casos graves da Covid-19
Pedro Marconi - Grupo Folha
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, anunciou que o município irá adquirir cerca de 50 mil ampolas de dexametasona. O medicamento foi classificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta semana como um avanço científico contra a Covid-19. Cientistas britânicos divulgaram que o esteroide reduziu a mortalidade em pacientes com respiradores em até um terço e naqueles com oxigênio em um quinto. Os estudos foram conduzidos pela Universidade de Oxford.
A dexametasona é um corticoide usado no tratamento de crises asmáticas, alergias, doenças dermatológicas e reumáticas. É considerado forte e, por isso, ministrado por um curto período. “Diminui o processo alérgico e inflamatório. A Covid-19 inflama o pulmão e, com isso, a pessoa não consegue respirar. Com o medicamento, pesquisas mostram que o pulmão desincha e traz melhor resultado para a troca de gases para o paciente voltar a respirar”, explicou Belinati, que é médico por formação.
FARMÁCIA MUNICIPAL
Em Londrina, o remédio já era usado na rede pública e faz parte da Farmácia Municipal. A autorização é para reforçar o estoque. Cada ampola custa, em média, R$ 0,50. A prefeitura deverá gastar aproximadamente R$ 25 mil. “É um volume a mais se preciso for utilizar com pessoas internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dos hospitais da cidade”, esclareceu. “Nos hospitais já estava sendo usado corticoide no tratamento das pessoas com quadro grave de Covid-19. Talvez, o que mude, é o tipo a ser usado.”
A SBI (Sociedade Brasileira Infectologia) publicou nota indicando que todo paciente com coronavírus em ventilação mecânica e os que necessitam de oxigênio fora da UTI podem receber dexametasona via oral ou endovenosa por dez dias. “Medicação barata e de acesso universal”, ressaltou o texto.
O estudo britânico não investigou a eficácia da droga para evitar a contaminação ou o combate à doença nas pessoas com sintomas leves.