Pandemia exige que as salas de aula tenham apenas a metade da ocupação de anos anteriores
Pandemia exige que as salas de aula tenham apenas a metade da ocupação de anos anteriores | Foto: Isaac Fontana/Frame Photo/Folhapress

O aumento de mais de 20% no total de inscritos na edição do Vestibular 2021 da UEL (Universidade Estadual de Londrina) em relação ao ano passado pode fazer com que a instituição realize provas também em cidades vizinhas. O prazo de inscrição terminou na semana passada e a UEL contabilizou um total de 27.432 candidatos para o vestibular, que será realizado em 14 de março, em fase única.

A Cops (Coordenadoria de Processos Seletivos), da UEL, calculou que se o número de inscritos fosse similar ao do ano passado (cerca de 22,6 mil candidatos), se não houvesse a pandemia seriam necessárias 600 salas. Porém, com a recomendação de distanciamento social por causa da pandemia de coronavírus, os locais de prova podem ter somente 50% de sua ocupação. “Só com isso teríamos que ter 1,2 mil salas. Com o acréscimo de 20% de inscritos, o número de salas pode variar de 1,4 mil a 1,5 mil”, destacou Sandra Regina de Oliveira Garcia, coordenadora da Cops. “Estamos trabalhando para que isso não seja preciso, mas há uma grande possibilidade de aplicarmos as provas em municípios vizinhos."

A aplicação de provas em municípios vizinhos como Cambé e Ibiporã não é uma novidade. Em 2005, a UEL realizou a prova em 599 salas de aula divididas em 26 locais, dos quais 20 estavam em Londrina, quatro em Cambé e duas em Ibiporã.

CADASTRO

Garcia explicou que o banco de dados da UEL tem o cadastro das salas de aula. "As escolas nos enviam as plantas com a quantidade de salas e carteiras em cada uma delas, sempre prevendo a necessidade de atendimento a estudantes que solicitaram condição especial por ser portador de deficiência ou que precisa de atendimento individual”, observou. “Este ano tivemos de aumentar o nosso cadastro. Na própria UEL temos locais que não utilizamos, porque ficamos apenas com as salas que possuem carteiras. Há salas de cursos como design, engenharia e arquitetura que não utilizamos. Na edição passada abrigamos sete mil candidatos somente na UEL e nesta edição vamos colocar 3,5 mil”, expôs.

Sobre a utilização de espaços alternativos, como auditórios de entidades classistas, ela disse que esbarra na estrutura local. “Os auditórios em geral não são ambientes bons por conta da falta de ventilação, pois são mais fechados. Com a pandemia é preciso um cuidado com a ventilação, com janelas. Tudo isso precisa ser identificado”, justificou.

MEDIDAS SANITÁRIAS

Garcia ressaltou que todas as medidas sanitárias devem ser tomadas conforme a orientação atual. “O distanciamento dobra os números de tudo para a gente. Com mais salas de aplicação, precisaremos de mais fiscais e grupos que trabalham na coordenação. Precisaremos de equipes de higienização, máscara, álcool e teremos de fazer a aferição de febre. Em caso de febre, teremos de ter salas para atendimentos individuais", observou. "Como utilizamos dois fiscais por sala, o contingente deve chegar a mais de três mil pessoas com a equipe adicional. O custo é alto, no entanto todos esses valores estavam previstos, mesmo com a redução do valor da inscrição para R$ 135 (era R$ 153)”, destacou.

CINCO HORAS

Com cinco horas de duração, uma hora a mais comparado aos vestibulares anteriores, a prova começa às 14h. São ofertadas 2.564 vagas em 52 cursos de graduação. Outras 581 serão oferecidas por meio do Sistema de Seleção Unificada, totalizando 3.145 vagas para o próximo ano. O resultado final será divulgado em 30 de abril de 2021.