A sexta-feira (27) tem sido de contabilização de prejuízos em algumas regiões de Londrina. Após uma quinta (26) de tempo abafado, seco e a maior temperatura do ano – com 38,5 graus -, a noite foi marcada por um temporal com rajadas de vento que chegaram a 85 quilômetros por hora e um volume de chuva de 18 milímetros em poucas horas, o que gerou transtornos.

O principal é perto da entrada do distrito de Irerê, onde parte do viaduto da PR-445 cedeu e a “montanha” de terra do aterramento da estrutura foi parar na pista, impedindo a passagem de veículos e pedestres. A PRE (Polícia Rodoviária Estadual) teve que interditar as marginais da rodovia e o próprio viaduto por questões de segurança. Segundo a corporação, a empresa que faz a duplicação até a BR-376 foi acionada para ajudar no apoio técnico.

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Uma empresa também foi acionada para realizar um trabalho de limpeza e estabilização. “Para que de forma segura as marginais do viaduto sejam liberadas para o tráfego”, destacou. Em nota, o DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que inicialmente será providenciada a retirada do material caído sobre a marginal, “permitindo análise das condições do aterro da pista de acesso ao viaduto”.

“Após estas verificações serão definidas as soluções para corrigir o dano, visando recuperar o aterro, contenção e pavimento o mais breve possível. Também será avaliada a possibilidade de liberar a outra pista do viaduto ou a outra marginal, dependendo da extensão dos danos”, pontuou. Não há prazo quando os serviços serão totalmente finalizados.

Motoristas que vêm no sentido Curitiba-Londrina precisam acessar o trevo de Guaravera para utilizar a PR-538, onde a pista é simples e com poucos locais de ultrapassagem. Esta rodovia vai levar até a Mábio Gonçalves Palhano.

Já as pessoas que precisam ir para Curitiba, por exemplo, a orientação é utilizar a BR-369, por Apucarana. Usuários que desejam sair de Londrina para chegar em Tamarana também poderão trafegar pela PR-538 sentido Guaravera. Moradores de Irerê e Paiquere terão que usar os mesmos caminhos indicados pela PRE.

ÁRVORES CAÍDAS

Balanço divulgado pela Defesa Civil mostra que a entidade recebeu entre a noite de quinta e manhã desta sexta-feira oito chamados. Foram cinco quedas de árvores e três destelhamentos. Ninguém ficou ferido. Durante o temporal, cerca de 15 mil imóveis ficaram no escuro. Às 12h30 este número era de 1,4 mil. Por conta disso, o sistema produtor Cafezal ficou sem energia, comprometendo o abastecimento de água na zona oeste e área central de Londrina.

REGIÃO

Cidades da região também foram afetadas pelas fortes chuvas e ventos. Em Ibiporã, estruturas metálicas que isolavam um terreno na esquina da avenida Santos Dumont com a Prudente de Morais se desprenderam com a ventania e foram para o meio da rua. Uma pedestre de 62 anos foi atingida e precisou de atendimento no hospital Cristo Rei.

Três casas foram destelhadas em Rolândia
Três casas foram destelhadas em Rolândia | Foto: Divulgação Defesa Civil Rolândia

Em Rolândia, 20 árvores foram abaixo e três casas acabaram destelhadas. O município, além de Lunardelli, Guaraci, Santa Inês e Lupionópolis, abastecidos pelo sistema Cafezal, enfrentam problemas na distribuição de água diante da falta de energia.

BLOQUEIO ROMPIDO

De acordo com a agrometeorologista do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Angela Costa, a primavera tem a característica dos eventos climáticos acontecerem de forma rápida, impedindo até mesmo a previsão. “Tivemos um dia com calor, temperatura elevada, sistema frontal no Sul do Brasil – que tentava avançar há alguns dias - e um bloqueio atmosférico. Esse bloqueio foi rompido”, explicou.

Mesmo com a chuva de quinta, setembro deverá encerrar com volume de apenas 57,4 milímetros, enquanto que a média histórica é de 112 milímetros. Choveu apenas quatro dias no mês. O que melhorou foi a umidade relativa do ar, que passou de 42%, na quinta, para 97% nesta sexta.

Com o sistema frontal avançando para o Sudeste do País, por enquanto, estão descartados novos temporais. “A tendência agora é de as temperaturas ficarem amenas até sábado (28), com mínima em 15 graus e máxima não atingindo os 30. A partir de domingo (29) a temperatura deve subir gradualmente. Na semana que vem deveremos ter chuva na quarta-feira (2), mas não um volume expressivo”, detalhou.