Após o registro do primeiro caso de gripe aviária no Paraná, a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) alertou os proprietários de granjas e aviários a reforçarem os cuidados com a segurança sanitária do plantel. O vírus H5N1, causador da Influenza Aviária, é altamente contagioso e afeta aves silvestres e domésticas. O caso da doença foi confirmado em Antonina, no Litoral do Estado, na última sexta-feira (23).

Embora a ave infectada tenha sido um exemplar silvestre, identificado em um município onde não há produção comercial de aves em um raio de dez quilômetros do foco da doença e distante dos grandes centros produtores de frango, o governo estadual intensificou as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em todo o Paraná, em especial nas regiões próximas a Antonina. Por enquanto, não foram observadas aves com sinais clínicos da doença, mas a Adapar investiga outros casos suspeitos. A Secretaria de Saúde do Estado também foi comunicada e está monitorando as pessoas que entraram em contato com a ave infectada. “A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pela Adapar para evitar a disseminação da doença e proteger a avicultura paranaense”, disse a Agência, em notícia divulgada em seu portal.

Para prevenir o contágio pela Influenza Aviária as autoridades sanitárias orientam evitar a manipulação de aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença e os proprietários de granjas e aviários devem reforçar os cuidados com o fechamento de frestas que facilitem o acesso de qualquer outro animal, incluindo aves silvestres. As medidas de biossegurança e biosseguridade incluem ainda manter longe das aves pessoas estranhas à produção e cuidados com as roupas e sapatos utilizados na atividade. Os trabalhadores que entram em contato direto com o plantel devem utilizar roupas e sapatos específicos. O mesmo vale para os produtores de ovos. Também fazem parte das orientações a lavagem frequente das mãos e a troca de roupas e sapatos antes de entrar nas granjas.

Além do manejo seguro das aves, a orientação do governo estadual aos produtores é que notifiquem imediatamente qualquer caso suspeito. A detecção precoce e a notificação de suspeita da doença são as principais formas de defesa contra a gripe aviária e os meios mais eficazes de se evitar a disseminação. Problemas respiratórios e neurológicos, como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade de respirar e diarreia, ou mortalidade alta e súbita de aves devem levantar a suspeita e as ocorrências devem ser comunicadas imediatamente à Adapar, pessoalmente nas unidades locais ou no site www.adapar.pr.gov.br, por meio da plataforma e-Sisbravet.

O Paraná é responsável por 34% da produção e por 42% da exportação nacional de carne de frango e derivados. Mas apesar de acender o sinal vermelho, a Adapar informou que o registro de um caso da doença não altera o status sanitário do Paraná e do Brasil como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e, portanto, não tem impacto nas exportações de produtos avícolas. A agência garantiu ainda não haver risco na ingestão de carne e ovos, uma vez que a doença não é transmitida por meio do consumo.

A Adapar atende 100% das notificações de suspeita. Quando verificado um caso provável, é feita a colheita de amostra para diagnóstico laboratorial, isolamento de animais, interdição da propriedade, verificação do trânsito e investigação de possíveis vínculos.

A agência também promoveu capacitação e treinamento de profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado e conta com médicos veterinários com dedicação exclusiva e capacidade técnica elevada na área, para atendimento das questões sanitárias da cadeia avícola do Estado.

A contaminação pela Influenza Aviária de Alta Patogenicidade foi identificada em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus). No dia 21, a agência havia sido notificada sobre uma ave silvestre apresentando quando neurológico. No mesmo dia, foram realizados os procedimentos de colheita de material e as amostras foram processadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, reconhecido pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) como referência internacional em diagnóstico de Influenza Aviária.

Até o último sábado (24), 46 focos da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade haviam sido identificados no país. Todos eles, em aves silvestres. O Espírito Santo tem o maior número de casos, com 26 no total, seguido pelo Rio de Janeiro, com 13. Também foram diagnosticados casos da doença em São Paulo (3 focos), Bahia (2 focos), Rio Grande do Sul e Paraná, com um foco cada.