Sinsaúde Londrina estuda ações contra suspensão do piso da enfermagem
Segundo entidade, município tem aproximadamente quatro mil profissionais da área que atuam somente nos grandes hospitais
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
Segundo entidade, município tem aproximadamente quatro mil profissionais da área que atuam somente nos grandes hospitais
Pedro Marconi - Grupo Folha
O Sinsaúde Londrina (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde) estuda quais ações irá pôr em prática a nível regional após o STF (Supremo Tribunal Federal) manter a suspensão do piso salarial da enfermagem, na quinta-feira (15). Foram sete votos a quatro. Segundo o sindicato, entre as possibilidades que podem ser analisadas estão paralisação e greve, o que demandaria de aprovação em assembleia.
Além disso, outras entidades que contam com profissionais de enfermagem em seu quadro estão sendo consultadas, como o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina). “Precisamos ver com toda a categoria, se todos os trabalhadores aceitariam parar. Não adianta não ter o apoio. Todas as manifestações têm sido para mostrar ao Supremo que a enfermagem está atenta a tudo”, destacou Marcio Machado, presidente do Sinsaúde.
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No início de agosto, o governo federal sancionou o projeto de lei aprovado no Congresso Nacional que institui o piso salarial para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras, no valor de R$ 4.750,00 para enfermeiros, 70% deste montante para técnicos e 50%, para auxiliares e parteiras.
No entanto, atendendo a um pedido da CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços) o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu a nova legislação, entendendo que existiria risco de piora na prestação do serviço de saúde, principalmente nos hospitais públicos e santas casas, por conta do impacto financeiro.
“Foi um momento de euforia ter o salário regulamentado com a lei. Esses valores, inclusive, só iriam repor as perdas salarias dos últimos 20 anos. Agora, todo o profissional de saúde tem a sensação de que foi enganado. Quem está falando a verdade? O Congresso, o STF? Virou um jogo de empurra e quem está sofrendo é o trabalhador da saúde”, criticou.
O Paraná tem 141 santas casas ou hospitais filantrópicos, que de acordo com a Fehospar (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná), são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos SUS (Sistema Único de Saúde) e 75% da demanda no Estado em procedimentos de alta complexidade.
‘QUALIDADE DE VIDA’
Londrina tem aproximadamente quatro mil pessoas ligadas à enfermagem que atuam somente nos grandes hospitais. O sindicato que representa a categoria ressaltou que de 70% a 80% dos trabalhos executados envolvem estes profissionais. “Muitos trabalham em dois, três empregos para sobreviver, fora o esgotamento físico e emocional. Com o piso poderia trabalhar em apenas um, ter mais tempo para se dedicar à saúde, trabalhar com mais ânimo. A qualidade de vida ia melhorar”, afirmou.
NACIONAL
A Federação Nacional dos Enfermeiros – junto com outras entidades sindicais nacionais - está convocando os trabalhadores a fazerem uma grande paralisação na próxima quarta-feira (21).
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