Rio de Janeiro - A medalha de ouro de Beatriz Souza, no judô, faz com que o Brasil termine os primeiros sete dias de competição nos Jogos Olímpicos de Paris com o mesmo número de medalhas na comparação com a edição passada, em Tóquio: são sete medalhas.

E se a comparação for um quadro entre as medalhas do Brasil, a distribuição até agora em Paris está rigorosamente igual (em número) ao que o Brasil fez na semana inicial em Tóquio.

Quando as medalhas saíram?*

Em Tóquio:

Dia 1 (sábado) - Kelvin Hoefler (P) e Daniel Cargnin (B)

Dia 2 (segunda): - Rayssa Leal (P)

Dia 3 (terça): Ítalo Ferreira (O) e Fernando Scheffer (B)

Dia 6 (quinta): Rebeca Andrade (P) e Mayra Aguiar (B)

Em Paris:

Dia 2 (domingo): Willian Lima (P), Larissa Pimenta (B) e Rayssa Leal (B)

Dia 4 (terça): Ginástica artística feminina (B)

Dia 6 (quinta): Caio Bonfim (P) e Rebeca Andrade (P)

Dia 7 (sexta): Beatriz Souza (O)

O que isso quer dizer?

Segue muito viva a perspectiva de boa campanha do Brasil em Paris. Em Tóquio, o Brasil atingiu seu melhor desempenho em Jogos Olímpicos, com 21 medalhas, ao todo.

A essa altura, na Rio 2016, o Brasil só tinha conquistado quatro medalhas —uma de ouro, uma de prata e duas de bronze.

COMPENSAÇÃO DE MEDALHAS

No paralelo Paris-Tóquio, o Brasil teve melhor desempenho no judô, justamente quem deu o primeiro ouro.

A tradição brasileira nos tatames olímpicos significou três das sete medalhas conquistadas até agora.

Nos números, a prata de Willian Lima em Paris ajudou a compensar a queda da posição de Rayssa Leal no pódio do skate street feminino. A Fadinha ganhou prata em Tóquio e saiu de Paris com bronze.

A ginástica ampliou sua parcela de medalhas, com o bronze por equipes no feminino e a repetição da prata de Rebeca Andrade no individual geral.

No paralelo com Tóquio, é como se o bronze de Fernando Scheffer na natação fosse para a ginástica agora em solo, trave, barras e mesa franceses.

Já a prata de Caio Bonfim na marcha atlética compensou a falta de medalhas de Kelvin Hoefler, no skate street masculino. O brasileiro tinha conquistado a prata em Tóquio.

Para o Brasil ao menos empatar com Tóquio em número de medalhas, precisa conquistar mais 14.

ALÍVIO AO COB

O Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro em Paris com Bia Souza. Além do título olímpico fazer o país saltar no quadro de medalhas para a 19ª posição, também ajudou a diminuir a pressão sobre os próximos atletas.

"Acho que, sem dúvida nenhuma, dá um alívio para toda a missão, para abrir caminhos para a gente emplacar os outros ouros que, com certeza, virão", comentou Ney Wilson, diretor de esportes de alta performance do COB.

Ele esteve no judô e fez questão de ir dar um abraço em Bia após a conquista do ouro. O dirigente é oriundo da modalidade, mas agora trilha um caminho no comitê brasileiro com todos os esportes.

Com a medalha de Bia Souza, o Brasil chegou a um ouro, três pratas e três bronzes. Alguns favoritos vão entrar em ação ainda, o que deve ajudar o Brasil e subir bem no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos.

Além de tirar o peso de quem ainda vai competir, o ouro é o primeiro dos sete sonhados pelo COB - este número nunca foi anunciado como meta. No discurso, o comitê sempre estipulou que o objetivo seria superar a campanha da edição anterior, mas sem divulgar números para isso.

"A gente tem balizado algumas possibilidades que a gente tem que chegar. Obviamente, a gente não acerta quem, a gente acerta a possibilidade da modalidade. Eu entendo que a evolução é aquilo que a gente possa perceber como um todo, não é só na quantidade de ouro, ou só no total de medalhas, mas no conjunto de tudo aquilo que a gente evoluiu", diz.

VÔLEI FEMININO


Um dos favoritas ao ouro, a seleção feminina de vôlei, dirigida por José Roberto Guimarães, volta à quadra neste domingo, às 16h (de Brasília), diante da Polônia para definir a primeira colocação do grupo B. O Brasil já passou por Quênia e Japão, com facilidade e já está nas quartas de final.

DESPEDIDA DE BABY

Duas vezes medalhista olímpico e sete em Campeonatos Mundiais, o paranaense Rafael Silva, o Baby, um dos judocas mais laureados da história do Brasil, anunciou nesta sexta-feira a aposentadoria da seleção brasileira e dos tatames internacionais ao final dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Neste sábado(3) , ele ainda participará da disputa por equipes, que encerra o programa do judô no megaevento na capital francesa.

Baby, de 37 anos, despediu-se individualmente do esporte a nível mundial ao perder em sua estreia na categoria pesado (acima de 100kg) para o azeri Ushangi Kokauri, no Palais Éphemère da Arena Champs-de-Mars, após uma imobilização que rendeu-lhe um ippon.

“Eu encerro minha participação olímpica [individual] com uma derrota. Olho para trás em uma carreira que consegui muitos resultados. Tenho muito orgulho de estar na minha quarta Olimpíada”, afirmou Baby. (Com informações do Comitê Olímpico Brasileiro)