Depois de dois jogos pela Copa América, o Brasil não encantou. O segundo, contra o Paraguai, até foi melhor e venceu, mas ainda sem empolgar. Nas comemorações dos gols, desabafos diferenciados para demonstrar o desconforto que sentem com as cobranças.

A Seleção Brasileira é um patrimônio nacional. É orgulho desde sempre, mas está perdendo este trono. E não é que surja outra modalidade mais apreciada ou querida, apenas porque não atrai com a mesma força de décadas passadas.

Mas basta começar uma competição e estamos esperando espetáculo ou vitórias elásticas como sempre foi. Não é mais. Mas esperamos. Esperamos porque é o Brasil.

Mas há uma diferença de expectativas de gerações. Quem viu Gerson, Tostão, Pelé e companhia não acredita mais em futebol. Quem torceu por Sócrates, Falcão e Zico, viu uma seleção mágica não vencer. Já quem vivenciou Romário e Bebeto, comemorou. Mas ainda viria uma turma arrebatadora com Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos e Rivaldo, e o brilho ressurgiu.

Quem vê a geração Neymar se esforça para acreditar que o sonho não acabou. Mas esta geração já está virando a de Vini Jr., que tem Rodrygo, Savinho, Paquetá… Inevitável comparar, mas é cruel colocar frente a frente estas gerações. Mas quando vamos assistir à Seleção de hoje esperamos que ela jogue como antigamente.

Desistir da seleção? Não acho o caminho. Seria desistir do futebol, que mudou. E não somos os únicos a sofrer com a atualidade. Há “órfãos” no mundo todo. Não surgem mais Eusébios, Beckenbauers, Cruyffs, Baggios, Zidanes, Xavis, Inestas e tantos outros. Os gênios de antigamente foram substituídos por craques na atualidade, e que são em menor número.

Acredito que portugueses e argentinos vivam menos esse desapego com suas seleções. Afinal, seus principais jogadores duelam há 15 anos o protagonismo no futebol mundial e isso impacta nas seleções. Cristiano Ronaldo e Messi não deixam essa paixão nacional cair e nem diminuir expectativas, também pelos recentes títulos europeu e mundial, respectivamente.

Somos de um tempo em que uma seleção tinha onze gênios. Hoje, e não é só o Brasil, todas têm um ou dois jogadores apenas que são especiais. Para assistir futebol atualmente, é preciso esquecer comparações e não esperar que o passado seja referência. O passado é história, assim como nossa seleção.