Rio de Janeiro - A seleção brasileira está numa "vibe resultadista" e não nega. Por pressão e por necessidade. Tudo para mudar a má impressão deixada pela Copa América, já sob o comando de Dorival Júnior, e a campanha ruim no começo de Eliminatórias - legado de Fernando Diniz.

Mas o jogo diante do Paraguai, nesta terça-feira (10), às 21h30, no estádio Defensores del Chaco, tem um obstáculo a mais para temperar a tentativa de segunda vitória consecutiva. É reencontro com um técnico que foi o mentor do primeiro - e talvez mais irritante - empate da campanha do time de Dorival na Copa América.

Gustavo Alfaro é o argentino por trás da estratégia da Costa Rica naquele 0 a 0 de junho. O Brasil teve trabalho para achar espaços (não só por causa do campo reduzido). Além do mais, se viu atrapalhado por uma atuação eficiente do goleiro adversário.

Alfaro foi a solução que os dirigentes paraguaios encontraram para tirar a seleção de uma má fase que mais uma vez ameaça a equipe de ficar fora da Copa do Mundo - mesmo em uma Eliminatória na qual seis têm vaga direta e uma vai para a repescagem.

FATOR CASA

Jogar no Defensores del Chaco pode mexer com o enredo de duas formas. Encorajar o Paraguai, amenizando o efeito da eventual retranca, e dar ainda mais dedicação aos jogadores para preencher espaços. A seleção brasileira vai precisar transitar bem nessas dinâmicas de jogo.

A questão é que o momento ofensivo não é dos melhores. O placar magro da vitória sobre o Equador foi apenas o episódio mais recente de um desequilíbrio ofensivo da seleção - que ficou mais flagrante a partir daquele jogo contra a Costa Rica. Antes, a dor de cabeça de Dorival no início de trabalho era organizar a defesa.

No momento, a seleção não joga com um camisa 9, apesar de ter Endrick, e os pontas não estão com liberdade para dar tanto volume de jogo. Vini Jr. deve boas atuações com a amarelinha pela esquerda. Na direita, Luiz Henrique é novato e Estêvão está no banco. Pelo meio, Rodrygo tem feito gols, mas sempre atua fora da posição preferida.

"O Dorival tem grandes ideias e procura deixar o time muito ofensivo para trabalharmos a posse de bola no campo de ataque com respaldo para atacar defendendo", explicou o volante André.

A tarefa agora é contornar as "pegadinhas" de Alfaro e fazer o time encaixar, na prática, o que tem sido passado na teoria. Começou a data Fifa em sexto nas Eliminatórias. A vitória de sexta-feira levou o time para a quarta posição com 10 pontos - 8 atrás da líder Argentina. Ganhar do Paraguai - que soma 6 pontos -, pelo placar que seja, pode dar mais tranquilidade para o time jogar bem.

OUTROS JOGOS

A rodada das Eliminatórias Sul-Americanas terá nesta terça-feira Colômbia x Argentina (17h30), Chile x Bolívia (18h), Equador x Peru (18h) e Venezuela x Uruguai (19h)

FICHA TÉCNICA

EM ASSUNÇÃO

BRASIL

Alisson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; André, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique, Rodrygo, e Vinícius Júnior.

PARAGUAI

Gatito Fernández; Velázquez, Balbuena, Alderete e Junior Alonso; Cubas (Villasanti), Diego Gómez e Bobadilla (Viera); Almirón, Enciso e Pitta; Técnico: Gustavo Alfaro.

Árbitro: Andrés Matonte (Uruguai)

Estádio: Defensores del Chaco

Horário: 21h30