Parque de Exposições é campo de estudos para alunos da rede municipal
Durante 62ª Exposição Agropecuária e Industrial, cerca de 3 mil estudantes estiveram no Parque Governador Ney Braga
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 16 de abril de 2024
Durante 62ª Exposição Agropecuária e Industrial, cerca de 3 mil estudantes estiveram no Parque Governador Ney Braga
Walkiria Vieira
Com roteiros planejados para os diferentes níveis de aprendizagem, profissionais da educação de Londrina transformaram o Parque de Exposições Governador Ney Braga em um verdadeiro campo de estudos para os alunos que integram a rede de ensino.
Nesta edição da feira, cerca de 20 escolas municipais puderam visitar o evento realizado de 5 a14 de abril em Londrina. De acordo com a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Carlos Dietz, Denise Monrrow Lonni Rocha, 333 estudantes da unidade fizeram o passeio guiado. A unidade tem como diretora Vania Isabeli Talarico Freitas da Costa e também conta com a coordenação pedagógica de Patrícia Vieira de Lima.
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A atividade extra classe contemplou alunos do P5 ao 5º ano e, segundo Rocha, as ações de observação começam desde a saída da escola. Motivados e orientados, fizeram um roteiro onde viram os animais, suas diferentes raças e como são cuidados.
Um experiência enriquecedora para todas as idades. "Estiveram na Fazendinha, conheceram todo o processo de criação de bicho-da-seda, a alimentação com as folhas de amora, sua transformação no fio da industrial e ganharam até um casulo", divide.
A VIDA DO BICHO-DA-SEDA
Os alunos aprenderam que o bicho-da-seda tece seu casulo para se proteger de predadores durante a fase mais vulnerável de sua vida, o processo de metamorfose (transformação da lagarta em mariposa). Cada casulo é formado por um único fio de aproximadamente 1.500 metros e composto por duas proteínas: sericina e fibroína.
A criação do bicho-da-seda é uma atividade sustentável, agroecológica que busca a regeneração dos ecossistemas e cumpre os princípios de bem-estar animal. O que é bom para o bicho-da-seda, é bom para nós, seres humanos.
Agora também sabem que há etapas do processo produtivo envolvendo cruzamento das mariposas para produção dos ovos do bicho-da-seda, cultivo de amoreiras, criação do bicho-da-seda, produção de casulos verdes, fabricação dos fios de seda natural - e as cobiçadas peças de vestuário.
De estande em estande, colheram informações pertinentes, encantaram-se com os peixes e a natureza de um modo geral, pois entendem como a integração e o respeito do homem ao ambiente são importantes.
A hora do lanche é também programada durante o passeio. As crianças fazem partilha e puderam aprender mais sobre economia de energia e cuidados com a rede elétrica no espaço da Copel. "Há muita receptividade dos expositores com nossos alunos e essa experiência de socialização é fundamental para eles, principalmente quando estão em um grupo e devem se comportar de acordo", destaca a coordenadora.
CAMINHOS PARA O CONHECIMENTO
O cheiro do mato e da terra molhada são parte do passeio. Tocar os animais, ouvir um relincho e assistir a uma criação inteira ser amamentada na área dos suínos estão na memória dos estudantes.
Diferentes sensações, emoções e aprendizados. Com os sentidos postos à prova e as habilidades dos professores em observar e receber as dúvidas dos alunos, a experiência é também proveitosa para os alunos da Escola Municipal Sônia Parreira Debei.
A visita foi feita por alunos do 2º ano - sendo 18 da manhã e 18 do período da tarde. A escola tem como diretora Daniela Neves da Silva e coordenadoras pedagógicas Daniele Cristina Montanucci e Lizandra Martins dos Reis Valente.
Os maquinários de grande porte chamam a atenção e rendem uma disparada de perguntas. Ao mesmo tempo, a delicadeza de sementes, frutos de cores diferentes e perfumes que parecem existir no na Exposição aguçam a curiosidade dos pequenos.
CAFÉ: DO GRÃO À XÍCARA
Valente explica que toda a proposta do roteiro é integrada aos conteúdos estudados pelos alunos. "Na Fazendinha também tiveram uma aula sobre café, desde suas origem às variedades e isso foi muito especial porque nossa escola está localizada no Residencial do Café, berço de nossa cafeicultura", lembra a coordenadora.
"Temos uma relação muito forte com o café em Londrina e essa foi uma experiência durante e visita que fortaleceu a identidade dos alunos com o bairro, trazendo também a eles uma sensação de pertencimento", observa.
Na ocasião, tiveram a chance de acompanhar como é feita a torra do grão. "Algumas crianças não faziam ideia de todo esse trabalho que existe". E entenderam como é o desenvolvimento do plantio, que existem muitas pessoas comprometidas com o seu desenvolvimento e distribuição até que chegue para o consumidor na forma da xícara de café, bebida popular e apreciada no mundo inteiro.
Londrina foi responsável, na década de 1960, por cerca de 51% do café produzido no mundo e ficou conhecida como “Capital Mundial do Café”. Enquanto na década de 1950 o Paraná tinha 300 mil hectares dedicados ao plantio do café, em 1962, saltou para 1,6 milhão de hectares plantados. Já a decadência da cafeicultura paranaense ocorreu, principalmente pelas fortes geadas de 1963, 1964 e 1966; pela devastadora Geada Negra de 1975.
A cultura cafeeira no Paraná foi a continuação das plantações que vinham desde Minas Gerais – quando do esgotamento da exploração aurífera –, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo, até chegar às terras do Norte paranaense. Tornou-se a riqueza do Estado e trouxe o desenvolvimento e o crescimento da economia estadual.
A EXPO E A EDUCAÇÃODo ponto de vista da professora e responsável por projetos pedagógicos e eventos da SME, Carla Cordeiro, essas atividades são uma oportunidade única e se mostram de suma importância para os educandos. “Muitas das nossas crianças conseguem conhecer o Parque através dessa visita. É um momento de descontração e uma oportunidade de conhecer um mundo muito diferente”, ressalta.
Cordeiro ainda contou que, durante o passeio, os alunos se entretêm com diversas atrações como, por exemplo, os animais, delícias culinárias e demais atividades. Além disso, a professora destaca a presença de escolas que atuam no período noturno com a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que também foram à Exposição.