Reeleito, Marcelo soube administrar conflitos e pressões
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
Pedro Moraes - Grupo Folha
![Imagem ilustrativa da imagem Reeleito, Marcelo soube administrar conflitos e pressões](https://www.folhadelondrina.com.br/img/inline/3020000/0x800/Reeleito-Marcelo-soube-administrar-conflitos-e-pre0302591300202011161850.webp?fallback=https%3A%2F%2Fwww.folhadelondrina.com.br%2Fimg%2Finline%2F3020000%2FReeleito-Marcelo-soube-administrar-conflitos-e-pre0302591300202011161850.jpg%3Fxid%3D5299058&xid=5299058)
A reeleição do prefeito Marcelo Belinati (PP) em primeiro turno representa não só a aprovação do governo por parte dos londrinenses, como também garante a população conhecer como é conduzida a administração da cidade. Seu perfil independente – livre de polarizações político-partidárias – e sem guinadas drásticas ao longo de seus quatro anos na chefia do Executivo municipal construiu um governo estável. O peso de seu sobrenome, tão marcado pelo tio, o ex-prefeito Antônio Belinati, não influenciou em seu desempenho. “Ele não é o herdeiro natural do tio e escolheu desde o princípio fazer uma composição de secretariado com indicações políticas, mas também com perfil técnico, composto por profissionais de carreira”, analisa Elve Cenci, cientista político e professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina). E conclui: “Marcelo Belinati soube administrar as questões de conflitos e das pressões. Com um discurso técnico, foi se equilibrando e seguiu administrando a cidade na ponta dos dedos”.
![Imagem ilustrativa da imagem Reeleito, Marcelo soube administrar conflitos e pressões](https://www.folhadelondrina.com.br/img/inline/3020000/0x800/Reeleito-Marcelo-soube-administrar-conflitos-e-pre0302591300202011161850.webp?fallback=https%3A%2F%2Fwww.folhadelondrina.com.br%2Fimg%2Finline%2F3020000%2FReeleito-Marcelo-soube-administrar-conflitos-e-pre0302591300202011161850.jpg%3Fxid%3D5299058&xid=5299058)
Descrito como um homem gentil por quem trabalha com ele, Marcelo Belinati tem outras idiossincrasias, conforme descreve sua assessora de imprensa, Carla Sehn, em uma postagem no Facebook. “O ‘pão-durismo’ crônico, sua rapidez em ler e memorizar textos enormes e uma salada de números, o jeito engraçado de ficar possesso quando deixa escapar um palavrão, a preocupação excessiva com os cabelos grisalhos”. Com 49 anos, casado, pai de dois filhos, o prefeito tem dois diplomas da UEL, o primeiro em Medicina, com especialização em Ortopedia e Traumatologia, o segundo é da faculdade de Direito. Já foi vereador entre 2005 e 2012 e deputado federal em 2015 e 2016, quando venceu as eleições para a prefeitura. Perdeu para Alexandre Kireeff a corrida pela prefeitura em 2012.
Durante a mais recente campanha, Marcelo Belinati demonstrou que a experiência que adquiriu nos últimos anos já começa a pesar. Alvo preferencial dos seus opositores, conseguiu passar quase incólume pela verborragia de Emerson Petriv, o Boca Aberta (PROS), quando recebeu ataques diretos sobre o aumento do IPTU provocados por Marcio Stamm (PODE). “As crises têm um prazo, por isso qualquer político toma as medidas mais duras nos primeiros anos. Estrategicamente, ele aumentou o IPTU no primeiro ano e o tema foi se dissipando com o tempo”, analisa Censi. O prefeito também não rompeu com características próprias da política regional. “Fez obras que dão visibilidade, medidas típicas de um prefeito candidato, assim como asfaltar rua, plantar flores, passando a imagem de que está melhorando a cidade”.
Sua capacidade de aglutinar opiniões parece cada dia mais forte, como aponta o testemunho de um de seus secretários nas redes sociais. Titular da Secretaria Municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti conta em seu perfil no Facebook que jamais se imaginou pedindo voto e que a política partidária, em geral, sempre pareceu pouco confiável. Mesmo assim, fez campanha para o chefe. “Ao fim de quatro anos, o Marcelo se mostrou um grande prefeito – que honra a tradição de antigos e bons administradores da cidade. Amadureceu de forma extraordinária ao longo do tempo, demonstrando a sabedoria de quem sabe aprender com a experiência”, elogia.
VOOS
O desempenho, no entanto, ainda não lhe dá cacife para voos maiores, segundo entende Cenci. “O prefeito é um político de Londrina, ele foi bem votado como deputado, mas não permite necessariamente que busque o Senado. Seu futuro deve depender muito da parceria com o deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP). A questão é que normalmente o segundo mandato é pior. Ele deve enfrentar problemas concretos como a recuperação pós-pandemia”. Mas, como será o futuro, só o tempo dirá. Que venham os próximos quatro anos.
![Anúncio assine](/themes/default/assets/img/adAssineDigitalOtimizado.gif)