Habilidades para ir bem no Enem devem ser desenvolvidas desde a infância
Apesar de ser uma prova aplicada ao final do ensino médio, o exercício de desenvolvimento das chamadas “competências e habilidades” cobradas pelo Enem começa nos anos iniciais e deve ser trabalhada por pais e professores
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segunda-feira, 30 de agosto de 2021
Apesar de ser uma prova aplicada ao final do ensino médio, o exercício de desenvolvimento das chamadas “competências e habilidades” cobradas pelo Enem começa nos anos iniciais e deve ser trabalhada por pais e professores
Edson Neves/Especial para a FOLHA
“O que se desenvolve ao longo da vida, com pequenas evoluções”. Assim definiu o professor Nilson Douglas Castilho, coordenador de Ensino Médio do Colégio Marista de Londrina, para as chamadas “competências” e “habilidades” que fazem parte da Matriz de Referência do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Com a implantação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o Ministério da Educação vem adotando cada vez mais a avaliação por conta desses dois aspectos - que se complementam entre si – e não só no Enem, mas para todos os outros processos seletivos.
E o “teste” começa desde as primeiras idades. Castilho conta que o ser humano já nasce com a capacidade de interação com as coisas ao seu redor, por meio de diversas linguagens, mas precisa inseri-la dentro de um sistema de aprendizagem. “Cabe tanto à escola quanto aos pais trabalharem em cima disso, pois com esse novo documento (BNCC) eles serão avaliados cada vez mais cedo. O Enem é só um dos desafios que vão exigir competência do aluno”.
Castilho dá exemplos. “Estou perdido em algum lugar. Se eu souber como funcionam os pontos cardeais, é uma habilidade. Se eu souber interpretar um mapa, também é”. Fazendo uma ressalva, o professor pontua que esse processo de educação deve acontecer lado a lado com as outras ações que fazem parte do desenvolvimento da criança. “Devemos respeitar a infância. Mas o quanto antes pais e escola darem o pontapé nesse processo, mais as crianças vão ter a habilidade de resolver as chamadas ‘situações-problema’ que o Enem cobra, isso sem falar do controle da ansiedade, da pressão. Isso ultrapassa dos limites do Exame, é para toda a vida”.
Perguntado se o Enem faz uma classificação das competências mais importantes para a prova, o coordenador de Ensino Médio do Colégio Marista respondeu que todas elas possuem o mesmo peso para a avaliação final, porém algumas podem aparecer com maior frequência. “Aquelas voltadas à tecnologia, e também com questões de estatísticas, probabilidade, vêm caindo bastante nas últimas edições porque mobilizam assuntos mais recorrentes do cotidiano”, explicou.
Em linhas gerais, estímulo se torna a palavra de ordem para o desenvolvimento das competências exigidas pelo Exame Nacional do Ensino Médio. “Pesquise, mantenha a curiosidade da criança. Estimule-a a pensar, ser um(a) investigador(a), um(a) pensador(a). Os benefícios serão imensos”, finalizou.
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Matriz curricular do Enem
O documento “Matriz de Referência Enem”, contendo todas as habilidades e competências que o Enem entende como fundamental para um bom desempenho, está disponível para download gratuito em www.download.inep.gov.br/matriz_referencia. O documento possui 24 páginas e divide as competências e habilidades pelos cadernos de prova: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias possui 30 habilidades divididas em nove competências; em Matemática e suas tecnologias, outras 30 habilidades, só que a divisão em sete competências; Ciências da Natureza e Ciências Humanas também possuem 30 habilidades cada, divididas em oito e seis competências, respectivamente.
O que é comum em todas as áreas do conhecimento
A Matriz de Referência também traz requisitos que os alunos devem possuir para resolver as questões de todos os cadernos de prova
I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos históricogeográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
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