28 cursos de graduação da UEL (Universidade Estadual de Londrina) têm sua volta presencial programada para a última semana deste mês. As aulas, entre outras atividades universitárias, estiveram acontecendo em regime remoto desde março de 2020, por conta da chegada do novo coronavírus ao Brasil. Apesar da insegurança causada pelo crescimento do número de casos de Covid-19 na cidade após as festas de fim de ano, na última quinta-feira, dia 13, a Câmara de Graduação votou pela permanência do retorno presencial após quase dois de suspensão.

Para estudantes o momento é de ansiedade de volta as aulas e preocupação com segurança sanitária
Para estudantes o momento é de ansiedade de volta as aulas e preocupação com segurança sanitária | Foto: Gustavo Carneiro

Rodrigo Lima é um dentre os quase 3 mil estudantes da UEL que vêm de fora do Paraná para dar continuidade aos seus cursos neste semestre. O estudante de Artes Visuais de 23 anos voltou de São Paulo, capital, com sentimento de “finalmente!”. Mas, apesar de receber a notícia da retomada das atividades presenciais com muita alegria, a apreensão vem de acompanhante: Como saber se todos seguirão regras de distanciamento, utilizando máscaras e vacinados? O estudante conta que, por ser filho de enfermeira, aprendeu a pensar na saúde como uma questão que não depende apenas de um único indivíduo, mas de um esforço da comunidade. “Por mais que eu tenha consciência de todos os protocolos que a gente tem que seguir, e eu sei que esses protocolos não vão prevenir completamente, mas é seguro” - revela.

Mapeamento da vacina pode trazer um retrato real da imunização na Universidade
Mapeamento da vacina pode trazer um retrato real da imunização na Universidade | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Tendo isso em vista, o Grupo de Trabalho Coronavírus (Covid-19) da UEL está realizando o mapeamento da situação vacinal entre estudantes e servidores da instituição. O levantamento consiste em um formulário que registra se o indivíduo está ou não vacinado e por quais motivos. Ele está disponível até segunda-feira (17), nos portais online da universidade. “O objetivo desse mapeamento é nós termos um retrato real e mais atual possível do nível de vacinação da nossa comunidade universitária”, explica o reitor em exercício e membro do Departamento de Patologia, Análise Clínicas e Toxicológicas da UEL, Dr. Décio Sabbatini Barbosa.

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O reitor frisa que é de extrema importância o preenchimento do documento e, por essa razão, ele é obrigatório para o acesso a serviços do Portal. O estudante que não preencher o questionário não poderá verificar em qual sala vai estudar, por exemplo. A partir desse estudo, será possível decidir qual serão os próximos passos a serem tomados pela administração em questão do retorno das aulas.

Muitos estudantes, assim como Rodrigo, demonstraram aprovação pela iniciativa da universidade. “A vacina é um compromisso que você faz com o resto da sociedade” – declara. Ao seu ver, a vacinação não adquire caráter ideológico ou político, mas apenas de um senso de segurança sanitária coletiva: “Ao tomar a vacina, você não está só se protegendo, você está falando ‘eu quero que, não só eu, mas que todos estejam seguros’. Quando a UEL pede esse comprovante, ela está assumindo que ela também quer que os alunos e servidores participem desse compromisso”.

Campus da UEL vazio durante a pandemia de Covid-19
Campus da UEL vazio durante a pandemia de Covid-19 | Foto: Roberto Custódio/23-09-2020

“Não existe nenhum mecanismo legal dentro do nosso regimento dizendo que vamos obrigar as pessoas a se vacinarem” – Elucida Barbosa - “Porém, nós vamos incentivar bastante que todas as pessoas da nossa instituição se vacinem”. Dentre os mecanismos de incentivo, o reitor cita artigos e campanhas veiculadas pelo setor de comunicação universitário, no sentido de orientar e divulgar os benefícios da vacinação: “Nós estamos vendo que o número de óbitos tem caído de uma maneira bastante acentuada. E isso se deve a que? À vacina”.

Por outro lado, caso as taxas de vacinação se apresentem muito mais baixas que o esperado, caberá ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e ao Conselho de Administração avaliar se medidas de restrição devem ser tomadas, e o adiamento do retorno presencial é uma possibilidade.

Ainda assim, enquanto o reencontro com a universidade ainda é uma realidade próxima, permanece o sentimento de que a “normalidade” também volta. Para Rodrigo, a maior vantagem é reestabelecer as conexões pessoais necessárias que durante muito tempo foram perdidas: “No estágio obrigatório, em um curso de licenciatura, a gente deveria estar em sala de aula, para ver as crianças, ver a reação delas. Essa que é a função do estágio, ter em primeira mão as propostas e reações. A gente não consegue ver isso pela tela, está tudo mascarado.”

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