São Paulo - O Tribunal de Justiça de Goiás condenou o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão por crimes sexuais em três processos que também exigem do médium o pagamento de indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. A defesa vai recorrer da sentença.

Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção
Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção | Foto: Walterson Rosa/Folhapress/12-12-2018

Apesar da decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, João de Deus permanecerá em prisão domiciliar. As condenações de ontem contra o médium foram: crimes sexuais contra cinco vítimas (51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016), crimes sexuais contra três vítimas (16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013) e crimes sexuais contra cinco vítimas (41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015).

Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção.

João de Deus foi preso pela primeira vez no dia 16 de dezembro de 2018, depois que algumas mulheres o denunciaram por abuso sexual no dia 7 de dezembro daquele ano. Elas afirmavam que foram abusadas sexualmente durante os atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.

Em março de 2020, João de Deus deixou a cadeia e passou para o regime de prisão domiciliar, em Anápolis, voltando para o presídio em agosto de 2021. No mês seguinte, ele voltou para o regime domiciliar, onde segue preso.

A defesa de João de Deus informou que “irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez que desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima". O advogado Anderson Van Gualberto disse ainda ser "não menos relevante" o que chama de "fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas". "Todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes".

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