O Programa Patronato foi implantado no Estado primeiramente na cidade de Londrina por iniciativa do Promotor Nilton Bussi, que desenvolvia trabalhos junto à Cadeia Pública de Londrina, e o Projeto Albergado, em 1976. Quando o programa se expandiu pelo Estado, o Programa Patronato foi denominado “Themis”. Com a reformulação da Lei de Execuções Penais – Lei nº 7.210/84, que previu a assistência aos apenados ou egressos de estabelecimentos penais, o Programa passou a ser denominado Pró-Egresso e só em 1991 recebeu a denominação Patronato Penitenciário.

Um dos grandes parceiros para a utilização da mão de obra desses apenados é a Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional ), que por meio do Projeto Mãos Amigas utiliza a força de trabalho dos apenados para fazer a manutenção de escolas nas áreas dos Núcleos Regionais de Educação de Guarapuava, Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Cascavel, Cruzeiro do Oeste, Paranaguá, Curitiba e RMC (Região Metropolitana de Curitiba).

O coordenador do Programa Mãos Amigas, Nabor Bettega Júnior, afirmou que a pandemia fez com que o programa reduzisse o número de apenados que participam do projeto. “Só em Curitiba tínhamos 60 pessoas no programa e hoje esse número caiu para 12”, destacou. Antes o programa fazia a reforma de até 60 escolas por ano, mas a previsão é de que esse número caia proporcionalmente à redução da mão de obra.

“Londrina possuía duas equipes de oito pessoas participando do Mãos Amigas e agora só temos uma equipe de oito”, comparou. “Atualmente a gente não pode pegar presos do presídio e só pode usar os monitorados, porque há o risco de uma pessoa dessas espalhar a doença para outros apenados”, destacou. “E a gente tem que cuidar de nossos funcionários, os monitores.”

Na esfera municipal, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) contava com 17 apenados atuando no serviço de varrição, mas depois que o Patronato Penitenciário determinou a suspensão do convênio, ninguém mais está atuando nessa autarquia. A Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) continua utilizando os serviços dos apenados. Segundo Ricardo Reis, coordenador da Acesf, há 12 pessoas nessa condição trabalhando nos cemitérios. “De segunda a sexta-feira são três ou quatro pessoas. A grande maioria vem no fim de semana, já que permanecem trabalhando em outras atividades”, expôs.

Eles acabam realizando serviços de limpeza do cemitério por meio da varrição, coleta de vegetação seca, transporte de tijolos para o coveiro e rastelar a área não pavimentada do espaço. “Eles ficam de duas a quatro horas aqui”, destacou.