O Corpo de Bombeiros atendeu quatro ocorrências de incêndio entre as primeiras horas da manhã e as últimas horas de quinta-feira (26) em Londrina. Moradores do Jardim São Jorge (zona norte) solicitaram a presença dos bombeiros para conter as chamas em uma mata da região por volta das 5h30 da manhã. Já pela noite, residentes da Gleba Palhano (zona sul), que já haviam passado pelo pior momento do incêndio, voltaram a pedir ajuda devido à fumaça que se espalhava novamente pela região. Apesar do susto, novos focos não foram encontrados.

O sargento Rogério Moreto relatou à reportagem, nesta sexta-feira (27), que cerca de 91 mil litros de água foram usados para combater as chamas que atingiram a zona sul, a zona leste e os dois pontos de incêndio na zona norte.

A ocorrência no Jardim São Jorge foi contida em uma hora, com os trabalhos dos bombeiros sendo encerrados por volta das 6h30 da manhã. Segundo o tenente, um terreno baldio com bastante lixo pegou fogo. Quatro mil litros de água foram utilizados.

Algumas horas depois, por volta das 11h, uma nova ocorrência foi registrada. Um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de mata na Gleba Palhano. Os bombeiros demoraram quase cinco horas para apagar o fogo. Foram usados 70 mil litros de água.

A população local ficou bastante assustada com a fumaça e as chamas, que ultrapassaram os três metros de altura. Uma mulher precisou ser hospitalizada por causa da inalação da fumaça.

A síndica do Forest Park Residence - condomínio que teve áreas incendiadas - contou que o prédio precisou ser esvaziado por conta do risco das labaredas se propagarem e também pela intensa fumaça. A situação foi normalizada às 16h30, mas as equipes foram acionadas novamente por causa da volta da fumaça durante a noite.

Enquanto as chamas ainda atingiam a zona sul de Londrina, o Corpo de Bombeiros foi surpreendido por uma nova chamada. Por volta das 12h45, propriedades rurais próximas à avenida dos Pioneiros (zona leste) também estavam sendo consumidas pelo fogo.

Uma área de 50 mil m² foi atingida, o que demandou 12 mil litros de água para o combate às chamas. Os militares estiveram no local até as 16h30. Uma mulher e o seu filho precisaram de atendimento por causa da inalação da fumaça. Além deles, uma policial e um bombeiro também precisaram de atendimento e foram encaminhados ao HU (Hospital Universitário).

Um morador perdeu a casa, três veículos e animais, sendo um porco e os gatos de estimação da família.

Também durante o período da tarde, uma carreta carregada de milho pegou fogo em um posto de combustíveis na PR-323, na zona norte.

Os três incêndios registrados entre o início da manhã e o fim da tarde desta quinta-feira têm um ponto em comum: testemunhas que afirmam ter visto um motociclista ateando fogo nas regiões incendiadas. Somente o incêndio na carreta, a princípio, não teria uma ligação com os demais.

A reportagem buscou, junto à Polícia Científica de Londrina, mais informações sobre as investigações dos casos, mas foi informada que a unidade não recebeu nenhuma solicitação para atendimento até o momento.

O perito Luciano Bucharles, chefe da Polícia Científica do município, explicou que a espera para o início das investigações depende de cada caso. "Não há uma regra. Existe toda uma sistemática para abordar o assunto. Até porque incêndio a gente não consegue atender de maneira emergencial, pois temos que esperar a contenção, o rescaldo e às vezes volta a queimar. É necessário esfriar bem o local. Então, é normal a solicitação chegar dois ou três dias depois."

O perito também ressaltou que a abertura de inquérito não é obrigatória. O procedimento depende das análises iniciais do delegado. "Não é porque houve o incêndio que já é automático abrir o inquérito e solicitar a perícia", destacou.