Passados mais de 30 dias desde a retomada do calendário acadêmico na UEL (Universidade Estadual de Londrina), os esforços coletivos em busca da garantia do acesso remoto de uma parcela dos estudantes começam a dar resultados. Através de uma doação da Receita Federal de Londrina, a universidade recebeu na manhã desta terça-feira (4) um lote no valor de R$ 961,5 mil com equipamentos apreendidos e que deverão ser encaminhados aos alunos.

Imagem ilustrativa da imagem Receita Federal repassa lote de quase R$ 1 milhão em aparelhos para aulas remotas da UEL
| Foto: Agência UEL

Outro boa notícia veio no final de julho, quando a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) aprovou um pedido de suplementação orçamentária de R$ 1,5 milhão para as universidades estaduais do Paraná aplicarem no acesso de estudantes de graduação que permanecem "à deriva" no processo de transição para o modelo de aulas remotas, acelerado pela pandemia do novo coronavírus. Na UEL, o valor será usado na compra de 550 tablets, um processo que não deve ser demorado, avaliou o reitor, Sérgio Carvalho.

Da Delegacia da Receita Federal de Londrina, vieram 1.131 smartphones, 135 tablets e 10 notebooks, apreendidos em operações de combate ao contrabando e sonegação fiscal e que deverão passar por uma avaliação técnica. Em seguida, serão patrimoniados pela universidade e repassados aos alunos como empréstimo por comodato, divulgou a UEL.

Conforme explicou o reitor da estadual de Londrina, Sérgio Carvalho, o valor total aprovado pela Alep foi dividido entre as instituições conforme o número de alunos que cada uma possui, o que representou 19% para a UEL, ou seja, R$ 285 mil. Um levantamento havia apontado que, dos 13,2 mil alunos, 978 ou não têm equipamentos para acessar o conteúdo ou possuem uma conexão de internet muito "frágil", definiu Carvalho.

"E se nós ampliarmos a pesquisa observando apenas o quesito 'internet' vamos para um número de 1.639 alunos. Somados aos que não responderam, chegamos a um número perto de 2 mil que precisam receber algum tipo de abrigo no processo de inclusão digital", afirmou.

Ainda no final de julho, uma reunião entre os reitores das estaduais da Paraná definiu que o processo de tomada de preços para a compra dos tablets será coordenado pela UEL, enquanto a aquisição de pacotes de internet será conduzida pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Desta forma, as demais universidades poderão comprar os equipamentos de forma conjunta e adquirir os pacotes de internet no mesmo pregão. "Eles recebem os recursos e os orçamentos e fazem a compra das empresas registradas na UEL fazem a liquidação por eles mesmos", completou.

Segundo Carvalho, embora uma realocação de recursos do próprio caixa da UEL já permita a aquisição de pacotes de dados para pelo menos até o final de 2020, um "esforço político" ainda é necessário para a manutenção deste acesso por mais tempo. Estas tratativas levam em consideração uma expectativa de impacto sobre a formação acadêmica dos estudantes de pelo menos três anos, conforme estipulado pelo plano de retomada do calendário acadêmico.

"Nós precisamos do pacote de dados para 12 meses, que é o período letivo novo, e se precisarmos fazer atividades híbridas com semi-presencialidade no período mais adiante, nós precisaríamos manter o pacote de dados dos estudantes", avaliou.

As atividades acadêmicas na forma presencial estavam suspensas até o dia 2 de agosto. Entretanto, um novo prazo, 13 de setembro, foi anunciado pela reitoria no final da semana passada. O documento também determina o uso de máscaras para técnicos, docentes e estudantes que necessitem ir ao campus.

Mesmo com a parceria com a Receita Federal, a UEL segue realizando uma campanha com a comunidade para captar recursos e viabilizar o acesso dos estudantes. Uma conta foi aberta pela Fauel (Fundação de Apoio à Universidade Estadual de Londrina) para quem preferir realizar doações em dinheiro.

Estaduais

Com uma de suas sedes localizada em Apucarana, a Unespar (Universidade Estadual do Paraná) também foi contemplada com 1.200 smartphones doados pela Receita Federal. Também com sede próxima de Londrina, em Cornélio Procópio, a Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) recebeu 901 aparelhos. Já a UEM recebeu 450 e a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) foi contemplada com 300 aparelhos. Completa esta lista a Unioste (Universidade do Oeste do Paraná), com 80 smartphones.