Unicentro acompanha outras universidades estaduais e aprova greve
O presidente do Adunicentro, Geverson Grzeszczeszyn, afirmou que a paralisação é resposta à falta de negociação do governo do Estado
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quarta-feira, 17 de maio de 2023
O presidente do Adunicentro, Geverson Grzeszczeszyn, afirmou que a paralisação é resposta à falta de negociação do governo do Estado
Douglas Kuspiosz -Especial para a FOLHA
Os docentes da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) aprovaram nesta quarta-feira (17) a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (22).
Assim, todas as IEES (Instituições Estaduais de Ensino Superior do Paraná) estarão com aulas paralisadas. A categoria cobra uma reposição salarial de 42%. Esse percentual é referente à data-base acumulada desde 2016.
O presidente do Adunicentro (Sindicato dos Docentes da Unicentro), Geverson Grzeszczeszyn, avalia que o movimento grevista entre as universidades “é uma prova de que a categoria está unida lutando por seus direitos, por justiça para os seus salários e melhorias em suas carreiras”.
“Sem dúvida, o descontentamento é geral entre os servidores paranaenses. A nossa greve é uma resposta ao governo do Estado, o qual não negocia e tenta nos impor um índice de reposição inflacionária longe dos 42% de defasagem que temos desde o ano de 2016”, afirmou Grzeszczeszyn.
Segundo o sindicalista, o governo do Estado “em nenhum momento” recebeu a categoria docente para negociar a reposição salarial. “De modo unilateral, o governo do Paraná decidiu impor o índice para a data-base de apenas 5,79%, o que não satisfaz a categoria docente e de todo o executivo, que está com 42% de perdas inflacionárias desde 2016”, acrescentou.
Nesta quarta-feira, o CSD (Comando Sindical Docente) se reuniu na AL (Assembleia Legislativa) com o líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSD), e o deputado Arilson Chiorato (PT). À tarde, o comando se reuniu com o secretário de Ciência e Tecnologia, Aldo Nelson Bona.
“Durante a conversa com os deputados, houve a compreensão que o instrumento de greve foi o último recurso adotado, pela insatisfação dos docentes que ficaram sem reposição nos últimos sete anos. Houve consenso também que é necessário iniciar uma negociação efetiva entre o governo e os docentes das universidades em greve”, diz o Comando Sindical Docente em nota. “O deputado Hussein Bakri se mostrou aberto ao diálogo com a pauta e se propôs a fazer a ponte com o governo para que uma mesa de negociação seja iniciada entre as secretarias e o movimento grevista.”
Em relação à reunião com Bona, o CSD afirmou que “o secretário Aldo Bona informou que, neste momento, não está autorizado a efetuar negociação, mas se coloca à disposição para intermediar a busca de uma alternativa para resolução do problema salarial dos docentes que levou à deflagração da greve”.
Nesta quinta-feira (18), os professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) realizam uma assembleia para avaliação do movimento iniciado no dia 8 de maio. O encontro será a partir das 14h, no Anfiteatro Cyro Grossi (Pinicão).
Também nesta quinta-feira, serão realizadas reuniões extraordinárias das câmaras de Pesquisa e de Extensão. Na sexta-feira (19), o Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) se reúne a partir das 14h e pode votar a suspensão do calendário acadêmico.