Não é raro e há muito tempo temos testemunhado o preocupante envolvimento entre alguns policiais militares brasileiros e ações criminosas e até mesmo com o crime organizado. Na Região Metropolitana de Londrina, mais um exemplo foi desvendado nesta quarta-feira (6) pelo Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), no âmbito da segunda fase da operação Mar Vermelho. Seis mandados de prisão preventiva foram expedidos.

Entre os detidos estão quatro policiais militares – incluindo um tenente - e o pai de uma ex-vereadora de Bela Vista do Paraíso. O irmão dela estava foragido.

Os PMs trabalhavam em uma mesma equipe da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) que atuava na unidade da corporação em Ibiporã, também na RML, que é de responsabilidade do 30º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com o MP-PR (Ministério Público do Paraná), os policiais teriam sido contratados pelos parentes da ex-vereadora para matarem dois supostos agiotas.

A investigação do Gaeco apontou que três integrantes da família da ex-parlamentar, inclusive ela, teriam contraído uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com dois agiotas de Londrina. Em setembro de 2021, os homens teriam saído atraídos para Ibiporã, onde aconteceu o crime, em que um foi assassinado e o outro sobreviveu, o que foi presenciado por uma testemunha. No entanto, os servidores alegaram confronto e até apresentaram um revólver que seria do agiota.

O valor combinado com os policiais para a execução dos agiotas foi de cerca de R$ 100 mil, segundo o Gaeco. Um dos policiais alvos do mandado de detenção já estava preso, em razão da primeira fase da Mar Vermelho. Os outros três cumpriam medidas cautelares impostas pela Justiça.

Os investigados deverão responder pelo crime de homicídio qualificado. O envolvimento de agentes públicos com o crime compromete a integridade das instituições de segurança e mina a confiança da população. Por isso, a apuração de envolvimento de policiais em denúncias e a punição exemplar desse comportamento é extremamente importante para preservar a credibilidade das forças policiais e garantir a segurança pública.

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