ESPAÇO ABERTO - A importância do desenvolvimento e atuação de expertise na gestão pública
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 24 de agosto de 2021
Ricardo Rocha
Na gestão pública é muito comum vermos profissionais diversos assumindo áreas bastante específicas. Nas secretarias de obras e infraestrutura, por exemplo, nem sempre o profissional que está à frente da pasta é graduado em área similar a de atuação. Pode parecer exagero, mas o fato é que quando temos servidores públicos, representantes de importantes segmentos da sociedade, atuando em áreas que não são de seu completo domínio, os prejuízos podem ser grandes.
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Não digo isso em termos de funções e resultados, claro, afinal, estes secretários podem contar com profissionais especializados para os estudos, projetos e acompanhamento de execução das atividades efetivas das engenharias, agronomia e geociências. Porém, sabemos que quando o assunto é gestão, ter conhecimento de causa, entender as dores e oportunidades do setor e experiência prática podem ser fatores determinantes em quesitos como planejamento, projetos e até mesmo redução de custos e otimização de recursos.
Recentemente, tivemos um avanço significativo no Estado com o anúncio da estruturação de escritório de projetos executivos de Engenharia e Arquitetura para atender prefeituras municipais do norte do Paraná. Denominado Projetek, o novo espaço será instalado na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e deve atender demandas de empreendimentos públicos de cidades com menos de 30 mil habitantes e que não dispõem de setores de projetos.
É um exemplo que poderá ser seguido em outras regiões paranaenses, visto que a iniciativa une a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Paranacidade e a Associação de Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) em prol de um objetivo comum: oportunizar mais estrutura e solidez para projetos executivos que podem auxiliar na captação de recursos nas instâncias governamentais e o acesso a fontes de crédito nas instituições bancárias, para o financiamento de construção de empreendimentos públicos.
É um avanço importante e uma iniciativa-modelo que pode ganhar força a partir do apoio do Governo do Estado e, também, dos governos municipais. É mais uma forma de tentar otimizar processos e fazer com que profissionais especializados exerçam suas funções específicas.
Nesse contexto, todos saem ganhando, mas principalmente a população, que vê avanços sem entraves ou erros quase sempre justificados pela falta de proximidade com o gestor/administrador da área de atuação; e a academia, que poderá oportunizar aos acadêmicos e futuros profissionais o contato com a prática real das profissões ligadas às construções, gerando engajamento, desenvolvimento de competências e habilidades e contribuindo para a formação de engenheiros, arquitetos e demais especialistas conectados com a realidade dos municípios.
Reforço que, enquanto Crea, respeitamos os gestores, independentes de suas formações e experiências, e sempre nos colocamos à disposição para auxiliar, oferecer informações técnicas e relevantes sobre as devidas áreas. Mas, ao mesmo tempo, reforçamos a mensagem de que, quando se trata de gestão pública, a efetiva participação de profissionais com conhecimento nas áreas de atuação é mais certeira para a segurança de toda a sociedade.
Ricardo Rocha, presidente do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná
A opinião que consta no artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Folha e é de responsabilidade do autor.
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