A catástrofe climática no Rio Grande do Sul foi agravada por ações e omissões de agentes públicos e privados, portanto, é ótimo que seja dado ênfase na solidariedade entre brasileiros. Também é fundamental que sejam apuradas as devidas responsabilidades e, em caso de culpabilidade, as punições legais sejam executadas. É público que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrubou quase 500 normas ambientais, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e seus dois antecessores negligenciaram a simples manutenção de comportas e bombas d'água, algo que minimizaria os efeitos na capital e região metropolitana. O setor privado também contribuiu com um processo agressivo de desmatamento urbano e rural, incentivando edificações residenciais e comerciais em Áreas de Preservação Permanente (APP). O que também acontece em níveis nacional e global.

Outra questão em destaque é sobre a ação do Estado em contraposição ao prestado pela sociedade civil, o que além de ser contraproducente é inverídico. Ambos estão sendo fundamentais e não são excludentes em momentos de catástrofes dessa dimensão em qualquer país do mundo. Ou alguém acredita que a população ficaria inerte esperando, de braços cruzados, o Estado socorrer sozinho quase 400 municípios e mais de um milhão de pessoas impactadas? E vice-versa. Ou seja, seria impensável o Estado delegar à população tamanho trabalho de socorro e reconstrução.

O Brasil deve valorizar tanto a ação do Estado quanto da população civil. A direita demoniza até a ação de militares, por motivos outros, enquanto a esquerda condena o setor privado, mas todos serão importantes para reerguer esse Estado devastado pelas chuvas, pela ganância e pela negligência.

Sandro Ferreira (representante comercial) Ponta Grossa

Brasileiros do Rio Grande do Sul

Lastimável o sofrimento pelo qual passam nossos irmãos brasileiros do Rio Grande do Sul. Catástrofes como essa, de esfera natural atmosférica, podem ser evitadas, desde que haja crescimento urbanístico e ambiental ordenado em cidades de médio e grande porte. Por outro lado, vemos um país inteiro se mobilizar numa corrente extraordinária de ajuda e apoio aos flagelados, desde o batalhão de voluntários que se mobiliza no país inteiro, passando pelos governos em todas esferas. E, é claro, a imprensa que está fazendo um nobre trabalho, não somente na cobertura dos fatos, mas agregando a corrente do bem e apoio às famílias vitimadas pela histórica enchente.

Neste momento, vale lembrar que o Rio Grande do Sul é hoje, mais do que nunca, território brasileiro, e que ideias separatistas jamais ultrapassem o pensamento de minúsculos "grupescos". Viva o Rio Grande, o Brasil abraça esse Estado brasileiríssimo, hoje e sempre!!

Célio Borba (aposentado) Curitiba

Um patrimônio histórico sob nossos pés

Em 2020, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) opôs-se enfaticamente à substituição dos paralelepípedos por asfalto no centro histórico de Florianópolis, sob o fundamento de que tal mudança "constitui uma perda e um dano irreparável para a identidade", inclusive pelo "valor histórico, estético e identitário para o centro da cidade". Veja a rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, onde está o Memorial do Pioneiro: é de paralelepípedos; mas ao lado, no trecho da rua Piauí, esse patrimônio histórico está oculto por asfalto, aguardando vir à luz, num harmônico espetáculo ao redor da Concha Acústica.

Eduardo Tozzini (advogado) Londrina