Fura-fila da vacina leva a cassação de prefeito na região de Curitiba

Por nove votos a favor e apenas dois contra, a Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande (Região Metropolitana de Curitiba) votou pela cassação do mandato do prefeito da cidade, Nassib Kassem Hammad (PSL), por suporto envolvimento no esquema de fura-filas da vacinação e por contratação irregular de servidores. Foram mais de 15 horas de sessão extraordinária, que teve início no sábado (19) e terminou na madrugada de domingo (20). Como novo prefeito, assume o vice Marco Marcondes (Pros).

Segundo a denúncia, aproximadamente 170 servidores da Prefeitura de Fazenda Rio Grande tomaram a vacina contra o coronavírus indevidamente. Alguns trabalhavam em setores administrativos e outros estavam fora da faixa etária que poderia ser imunizada na época. Em um dos trechos, a Comissão Processante da Câmara concluiu que um servidor da Assistência Social, de 27 anos, foi vacinado e postou nas redes sociais quando o município estava imunizando moradores na faixa dos 60 anos, conforme a denúncia analisada na Casa.

Em outra denúncia, o prefeito - que é também médico - foi acusado de irregularidades administrativas. Documentos indicaram que o município contratou servidores sem qualificação para o cargo e com documentação falsa. As investigações ainda concluíram que houve desvio de funções na Prefeitura. Ou seja, servidores nomeados para um determinado cargo exerciam outra função, e com salário até 50% maior.

OUTRO LADO

Durante a sessão, a defesa do prefeito tentou anular um voto do suplente Antônio Maciel, pois este havia sido citado no processo. A defesa ainda informou, em nota, que a decisão da Câmara foi política e que irá recorrer no Judiciário. "Entendemos que a condução do processo de cassação desenvolvido pelo grupo de oposição contém graves nulidades, que serão oportunamente demonstradas perante o Poder Judiciário. Prova disso é que toda a sessão de julgamento foi, apressadamente, realizada no período de fim de semana, ainda que mediante duração longuíssima e desumana, para assim dificultar o trabalho técnico da defesa. Estamos confiantes de que, como já acontecido em situações anteriores, o Poder Judiciário vai restabelecer o mandato de Nassib, que foi democraticamente eleito pelo voto da maioria dos cidadãos”.

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