Após o governador Ratinho Junior sancionar, nesta terça-feira (4), a lei Parceiro da Escola, que terceiriza a administração de 204 colégios estaduais do Paraná, o governo do estado lançou mais uma ofensiva contra o movimento grevista da APP-Sindicato. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) entrou na Justiça com pedido de prisão da presidente da entidade, Walkiria Mazeto.

No documento, a procuradora-geral Mariana Carvalho Waihrich pede também majoração da multa diária contra a para R$ 100 mil. O governo cita decisão de 1º de junho, da desembargadora Dilmari Helena Kessler, que concedeu liminar para suspender o início da greve até que a categoria apresentasse um plano de manutenção dos serviços educacionais.

A APP-Sindicato foi notificada da decisão no domingo (2), mas resolveu manter o início da greve para a segunda-feira, como havia sido decidido em assembleia virtual no final de maio. A petição do governo destaca trechos de uma live da presidente da entidade convocando os professores para a greve mesmo após decisão judicial contrária.

A APP-Sindicato mantém a greve, que chega ao terceiro dia nesta quarta-feira (5). Os manifestantes fazem um ato em Curitiba, às 10 horas, em frente à Seed (Secretaria de Estado da Educação). Já no interior, estão previstas manifestações em frente aos núcleos regionais de Educação. Em Londrina, professores e alunos farão uma passeata pela cidade.

Uma assembleia virtual, com professores de todo o Estado, que definirá os rumos da greve, está marcada para às 18 horas.

Em nota, a APP-Sindicato informou que a Secretaria de Assuntos Jurídicos da entidade, juntamente com deputados estaduais, Defensoria dos Direitos Humanos e OAB/PR, “estão tomando todas as medidas políticas e jurídicas necessárias para o cancelamento imediato desta proposição que não possui qualquer fundamento legal”.

A nota segue pontuando que a entidade tem zelado pelo cumprimento das normas, para assegurar todos os procedimentos e ações da greve. “Tudo isso só confirma as atitudes antissindicais e ilegais deste governo, além de sua truculência contra o funcionalismo público, o autoritarismo e o abuso de poder desproporcional do Estado contra a organização dos(as) trabalhadores(as) da educação”.