Lula escolhe advogado para corte que vai julgar Moro
José Rodrigo Sade vai participar do processo que pode levar à cassação do senador paranaense
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 08 de fevereiro de 2024
José Rodrigo Sade vai participar do processo que pode levar à cassação do senador paranaense
Francielly Azevedo - Especial para a FOLHA
O advogado José Rodrigo Sade foi o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para para integrar a corte do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O documento foi assinado nesta quarta-feira (7) e aguarda publicação no Diário Oficial da União.
O nome de Sade estava na lista tríplice aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quinta-feira (1º), e enviada para avaliação de Lula. Além dele, disputavam o cargo Graciane Aparecida do Valle Lemos e Roberto Aurichio Júnior.
A vaga preenchida pelo jurista estava aberta desde o fim de janeiro, quando o juiz Thiago Paiva deixou o cargo.
José Rodrigo Sade é formado pela PUC-PR, em 1999, e sócio da Demeterco Sade Advogados, escritório com sede em Curitiba. Ele já defendeu o ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo), que coordenou a Operação Lava Jato.
O advogado chegou a atuar no TRE-PR como juiz substituto, cumprindo o mandato até o fim do mês passado. Ele havia sido indicado, em janeiro de 2022, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
JULGAMENTO DE MORO
Depois de tomar posse, Sade deve participar do processo que pode levar à cassação do senador Sergio Moro (União Brasil). O novo presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, aguarda a cerimônia para marcar a data do julgamento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.
Conforme o Código Eleitoral, as decisões dos tribunais regionais em ações que tratam da cassação de mandato só podem ser tomadas com o quórum completo com os sete juízes.
Moro é alvo de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) protocoladas pelo PT e pelo PL, que acusam o senador de abuso de poder econômico pela realização de gastos irregulares, além de caixa dois e utilização indevida de meios de comunicação social, no período de pré-campanha para Presidência da República em 2022.
Procurado pela FOLHA, o senador Sergio Moro informou que, por enquanto, não irá se manifestar sobre o caso.