A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta (22) uma série de diligências para desarticular uma facção criminosa que pretendia realizar ataques contra autoridades. Um dos alvos era o ex-juiz e atual senador pelo Paraná Sergio Moro (União Brasil-PR).

"Sobre os planos de retaliação do PCC (Primeiro Comando da Capital) contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado", disse Moro pela manhã em suas redes sociais.

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Plano do PCC era matar e sequestrar agentes públicos

A ação foi batizada de Sequaz e, diz a PF, tem por objetivo desarticular o grupo que "pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação".

Os ataques, de acordo com a apuração, ocorreriam de forma simultânea, e os principais alvos estavam em São Paulo e no Paraná.

São cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.

"Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho", disse o ministro Flávio Dino (Justiça) por meio de suas redes sociais.

Ex-juiz da Lava Jato, Moro foi ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro até 2020, quando deixou o cargo acusando o então presidente de tentar interferir na Polícia Federal para impedir possíveis investigações contra seus filhos. Como ministro, o agora senador determinou a transferência de presos do PCC.

Em entrevista à Folha de Londrina na última sexta-feira (17), por ocasião de sua vinda Londrina, Moro cobrou do governo federal ações efetivas de política contra o crime organizado.

Leia a entrevista: Moro fala em "oposição sem rancor" e pede política contra crime organizado